De onde vem
o
tempo
Desconheço a tinta
que corre
Só sei falar na
primeira pessoa
chamem-me o
que quiserem
Porque eu estou-me
nas tintas.
ESTOU-ME NAS TINTAS!
E muito mais podia
dizer.
Suspiro. No silêncio.
Lá fora o burburinho
da cidade
o coaxar dos
desemparados.
Não sei de onde vem
o tempo.
[fotografia e texto: Maria Margarida]